Este blog é um canal de comunicação e partilha entre católicos e não-católicos, com o intuito de criar um espaço de partilha e crescimento espiritual. Participem com sugestões, escritos teológicos, questionamentos e dúvidas sobre a doutrina ou catequese da Igreja, mandem testemunhos e comentários, teremos grande alegria em crescermos juntos na fé.







segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Caminhando para o fim do ano

Olá amigos e amigas do Teologado Palotino. Gostaríamos de agradecer a todos vocês que acompanharam o nosso blog este ano. Já estamos quase no fim do nosso primeiro ano em Londrina. O primeiro ano de teologia foi muito exigente, contudo, acreditamos que é para o bem da Igreja. Peço a oração de todos para que tenhamos uma boa conclusão do semestre letivo. Nossas atividades aqui no teologado não se encerram com o término das aulas, estaremos em atividades comunitárias até dia 12 de dezembro, quando acontecerá a celebração do Jubileu de Prata de Ordenação Sacerdotal do nosso querido confrade Pe. Pedro Ramos (pároco da Paróquia São Vicente Pallotti - Arapongas). Agradecemos a todos as visitas e convidamos a divulgarem nosso blog e continuarem acompanhando.
Saudações Fraternas.

sábado, 6 de novembro de 2010

Último Retiro do Ano

Olá caros irmãos e irmãs. Terminamos o nosso ciclo de retiros de 2010 com "chave de ouro". Ontem Pe. Reinaldo Baggio pregou para a nossa comunidade do teologado, mais uma vez ele derramou sua sabedoria e iluminação. O tema para a reflexão foi: "Consagrado: reflexo da beleza de Deus". Foi realmente abençoado nosso retiro e convivência. Deixo para a reflexão de todos um dos trechos do documento "Vita Consecrata" que exprime um pouco das palavras do padre neste retiro.


Como toda a existência cristã, também a vocação à vida consagrada está intimamente relacionada com a obra do Espírito Santo. É Ele que, pelos milénios fora, sempre induz novas pessoas a sentirem atracção por uma opção tão comprometedora. Sob a sua acção, elas revivem, de certo modo, a experiência do profeta Jeremias: « Vós me seduzistes, Senhor, e eu deixei-me seduzir » (20,7). É o Espírito que suscita o desejo de uma resposta cabal; é Ele que guia o crescimento desse anseio, fazendo amadurecer a resposta positiva e sustentando, depois, a sua fiel realização; é Ele que forma e plasma o espírito dos que são chamados, configurando-os a Cristo casto, pobre e obediente, e impelindo-os a assumirem a sua missão. Deixando-se guiar pelo Espírito num caminho ininterrupto de purificação, tornam-se, dia após dia, pessoas cristiformes, prolongamento na história de uma especial presença do Senhor ressuscitado.

Com profunda intuição, os Padres da Igreja qualificaram este caminho espiritual como filocalia, ou seja, amor pela beleza divina, que é irradiação da bondade de Deus. A pessoa que é progressivamente conduzida pelo poder do Espírito Santo até à plena configuração com Cristo, reflecte em si mesma um raio da luz inacessível, e na sua peregrinação terrena caminha até à Fonte inexaurível da luz. Deste modo, a vida consagrada torna-se uma expressão particularmente profunda da Igreja Esposa que, movida pelo Espírito a reproduzir em si mesma os traços do Esposo, aparece na presença d'Ele « gloriosa sem mancha nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e imaculada » (Ef 5,27).

E o Espírito, longe de afastar da história dos homens as pessoas que o Pai chamou, coloca-as ao serviço dos irmãos, segundo as modalidades próprias do seu estado de vida, e encaminha-as para a realização de tarefas específicas, de acordo com as necessidades da Igreja e do mundo, através dos carismas próprios dos vários Institutos. Daí a aparição de múltiplas formas de vida consagrada, através das quais a Igreja é « embelezada com a variedade dos dons dos seus filhos, (...) como esposa adornada para o seu esposo (cf. Ap 21,2) » (34), e fica enriquecida de todos os meios para cumprir a sua missão no mundo.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Formar para liberdade - Reflexão 7


A palavra pedagogo, na sua etimologia grega, significa “aquele que conduz a criança”. Diz a história, que nos tempos gregos, o escravo conduzia as crianças até o filósofo para receber uma formação adequada.
Formar uma pessoa para liberdade, certamente é procurar conduzi-la a um verdadeiro auto-conhecimento, para que assim possa tomar a decisão certa, diante de uma opção de vida. Cabe então ao formador proporcionar ao formando um ambiente que o leve ser ele mesmo, sem nenhum tipo de coação ou recriminação.
“Um formador autêntico conseguirá criar um clima de franqueza e de confiança recíproca na relação. O formando o perceberá como um homem leal e digno de confiança, e por isso se sentirá ele mesmo estimulado a liberar-se dos mecanismos de defesa, a tirar as máscaras convencionais, a aceitar e admitir francamente os próprios limites” .
A franqueza e a sinceridade do formador em relação ao formando ajuda-o a encarar-se com coragem e a tomar a direção da própria vida. Porém, se o formador se esconde atrás do seu cargo e mostra uma maneira de ser que não é a sua, perde imediatamente a confiança e a autoridade. “Somente um formador autêntico será capaz de instaurar uma relação livre e genuína consigo mesmo, com os outros e com Deus. Somente um formador autêntico estará em condições de acompanhar a conquista da liberdade e da coragem para tornarem-se elas mesmas e de nutrir plena confiança em Deus” .
“Tantas vezes o formador se ilude pensando que deve ser um modelo em todos os campos, mas de maneira errada. Ser autêntico da parte do formador é reconhecer-se também humano, pecador, em busca, com falhas, erros e acertos. Este comportamento da sua parte ajudará ao formando a entender que o limite faz parte da pessoa humana, e que a coisa mais importante é a abertura no sentido de buscar sempre” .
O formador autêntico nunca se contenta e se estaciona em suas próprias idéias e atitudes, mas procura sempre caminhar, entrar no seu mundo interior e conhecer-se sempre mais. Isto é muito importante para o formando, o qual encontrará nele um modelo para seguir e procurará também ele entender-se, conhecer-se e viver de acordo com o seu interior. Rogers depois de muito tempo de prática terapêutica chegou à seguinte conclusão: “Constato ser mais eficaz quando posso escutar-me com aceitação e posso ser eu mesmo” . Numa relação educativa, quanto mais o formador é ele mesmo, mais será possível a transformação de modo construtivo do formando .
A autenticidade do formador ajudará o formando a dar espaço à verdade. No momento em que o formando escolhe ser autêntico, superou o desejo de mentir, está em paz consigo mesmo, não sente mais a necessidade de inserir véus ou imagens entre a sua identidade e o seu revelar-se, entre como é e como quer mostrar que é; se apresenta, não se representa. Um formador autêntico estimula eficazmente o formado a tornar-se si mesmo .
É importante sublinhar também que o formador deve, antes de tudo, amar a sua identidade vocacional. Deve estar bem consigo mesmo, tendo uma relação positiva com o seu mundo interior. Um formador inconsistente, imaturo é um grande obstáculo ao desenvolvimento normal do formando. “Uma imaturidade afetiva muito grande do formador reflete negativamente nos formados” .

Necessidade da mística

Tudo o que foi enunciado acima só será possível se o religioso estiver envolto em uma mística, em uma espiritualidade que seja capaz de impulsioná-lo a viver com mais profundidade as coisas do Reino. “O zelo por tua casa me devora” (Jo 2,17; Rom 15,3; Sl 68,10). Este, talvez, é o grande desafio de todos aqueles que se colocaram a serviço do Reino de Deus.
A realidade nua e crua da pós-modernidade só poderá ser enfrentada por consagrados com profunda experiência de Deus. Sem essa experiência, corre-se o risco da incoerência, da superficialidade e da fuga. Somente através do contato diário com o Senhor é que o consagrado encontrará o sabor pelas coisas de Deus. “Quando falta a experiência de Deus ou o sabor evangélico, a vida religiosa se converte em uma farsa, que envergonha os de dentro e escandaliza os de fora” . Sem uma mística, a pessoa terminará engolida pelas ardilezas do neoliberalismo. Uma espiritualidade forte ajuda a pessoa a resistir e não ceder a todas as tentações e provocações de um sistema perverso que tenta ludibriar a todos. Quando se fala de mística não está se referindo a ritualismos ou práticas piedosas, devocionais. A espiritualidade é essencialmente amor: “Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4,8). Em outras palavras: quem não ama não faz nenhuma experiência mística !

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Atitudes proféticas - Reflexão 5

Quando se fala de profecia, automaticamente vem à mente a figura dos profetas do Antigo Testamento que anunciavam tempos melhores, mas, ao mesmo tempo, denunciavam as injustiças cometidas contra o povo e o distanciamento do mesmo em relação a Deus. A profecia dos tempos atuais se dá através de gestos concretos no que diz respeito ao despertar toda a Igreja e o povo em geral para a vivência dos valores fundamentais. A profecia por meio de gestos era muito comum nos tempo dos profetas bíblicos (Jer 19,1-13;24,1-10; Ez 4, 9-17; Os 1, 2-9).
Hoje ela continua tendo um significado profundo, mesmo porque os gestos falam mais do que as palavras. Esses gestos podem ser de acolhimento ou de ruptura. Acolhimento da vida, das pessoas. Ruptura com situações e atitudes que massacram a vida ou impedem a vida consagrada de ser ela mesma. Gestos de solidariedade, de cidadania em resposta ao grande desafio da exclusão, na defesa da vida e da ecologia. Gestos que ajudem a diminuir o grande abismo que se abriu entre o mundo científico-tecnológico e a visão religiosa, pastoral, das nossas comunidades eclesiais . Mas também gestos críticos, de lucidez e de discernimento, capazes de reagir ao individualismo e ao indiferentismo da nossa sociedade. Gestos que ajudem a romper com um desejo de retorno a um estilo de vida consagrada narcisista, distante do verdadeiro seguimento de Cristo. Gestos de lucidez e de discernimento no âmbito da espiritualidade para não se deixar condicionar por práticas e atitudes puramente emocionais, mas ao mesmo tempo recheadas de fanatismo, de fundamentalismo, de ritualismo e, sobretudo de evasão . Cresce também entre os católicos e entre certos consagrados um tipo de esoterismo elitista que leva as pessoas a refugiar-se “no simples prazer de liturgias belíssimas, de celebrações esplendorosas, sem perguntar-se pelo seu sentido teológico e nem pelas exigências de vida delas decorrentes” .
Portanto, o religioso deve denunciar corajosamente tudo o que contraria o projeto libertador de Deus. Terá de emprestar sua voz a todas as pessoas impedidas de gritar e reclamar por seus direitos. “Às pessoas consagradas é pedido que ofereçam seu testemunho, com a ousadia do profeta que não tem medo de arriscar a própria vida” (VC 85.)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Vocação e liberdade: o convite de Deus direcionado ao coração do homem

O mês de Agosto é especialmente escolhido pela Igreja, para que se reflita sobre o mistério da vocação. Aqui nos deparamos com dois termos interessantes que vale a pena ser explicados um pouco melhor para que sua compreensão seja um tanto mais concordante com o que pensa a Igreja. Primeiro, a palavra mistério cujo significado que se aplica corriqueiramente é de algo escondido, ou que existência não é palpável, ou mesmo, inalcançável pelo ser humano.
Ora, na verdade, mistério equivale muito mais a algo que nós não o compreendemos bem ou bastante, mas é sim, algo visível, palpável, existente. Por exemplo, é um mistério para a grande maioria dos seres humanos o que faz o sol nos dá o calor; não o sabemos em detalhes; é pois, um mistério. Já os cientistas, que se dedicam a investigar este fenômeno – como ou do que se compõe este elemento, o que faz com que ele nos presenteie com o calor que todos nós sentimos e que mesmo nos é útil – sabem algo a mais que nós; para eles, não tão misterioso quanto o é para nós. Portanto, mistério nem sempre é algo totalmente escondido, mas sim algo com elementos não totalmente compreensíveis.
É nesta perspectiva, que nos aproximamos do segundo termo que é justamente vocação, normalmente entendida como predestinação, ou alguma coisa nesse sentido. Mas não é assim que a compreendemos nós, os cristãos. Vocação é antes de mais nada, uma resposta do ser humano a um chamado, que ele sente em seu coração, feito pelo próprio Deus. Vocação, diante disso, é como que a conseqüência do estabelecimento de uma relação entre o homem e Deus; como relação, na vocação ou na resposta vocacional está necessariamente implícita uma importante característica humana, a liberdade. Esta é fundamental em se tratando da decisão vocacional. Como nas relações entre nós, também na relação com Deus, se não há liberdade, não há verdadeira amizade, mas submissão. Portanto, vocação e liberdade caminham juntas. Não podemos verdadeiramente responder ao chamado de Deus se não nos sentirmos plenamente livres.
E por que essa preocupação em ser livre para responder de forma verdadeira ao chamado de Deus? Porque o chamado divino, não sendo de forma alguma imposição, é sempre um convite. E convites são aceitos, em sua maioria, se há alguma afinidade entre o que o convida e o que é convidado. Respondemos, pois, ao chamado de Deus, se temos alguma relação verdadeira com Ele; se não, tal convite nem sequer é ouvido ou não lhe negada a atenção merecida. Na verdade, dá-se atenção verdadeira a quem se ama; se há verdadeiro amor, há verdadeira atenção; o coração sempre arruma um tempo para quem nele habita. É por isso que Deus quando chama, dirige-se ao coração do homem. Quando, pois, o coração humano está aberto a Deus, então se responde livremente ao Seu chamado; quando não, este é simplesmente ignorado.
Temos um bonito exemplo disso sem dúvida com Samuel (cf. 1Sm 3,1-18). Ele habitava no santuário do Senhor. Podemos imaginar então que Samuel estava predisposto a ouvir a voz de Deus, se lhe fosse dirigida, porque, de algum modo, ele cultivava certa amizade com Deus. E assim acontece. O Senhor lhe chama, ele sente seu coração arder, mas sem saber bem do que se trata. Por ainda não conhecer mais ‘profundamente’ o Senhor quando é chamado vai ao encontro de Eli, o sacerdote. Este, por sua vez, discernindo aquele momento, o recomenda: se Ele te chamar outra vez diga ‘aqui estou’. E assim se fez. Percebemos bem explicitado o aspecto misterioso da vocação: Deus chama, escolhe e sem compreender muito bem nós o escutamos. Mas que tal escuta se efetive precisamos da ajuda de outros; sozinhos talvez não conseguiríamos discernir bem se o que sentimos é realmente Deus nos chamando ou são vozes adversas querendo nos confundir. Pode ser apenas imaginação. No caso de Samuel, quem ocupou essa função de intermediário no seu processo de discernimento vocacional foi o sacerdote.
Não por outro motivo, precisamos – para responder com mais propriedade ao desejo vocacional – que alguém já mais “conhecedor de causa” nos ajude. Esse pode ser um padre, religioso ou religiosa ou alguém que reconhecidamente seja capaz de, sensível aos apelos de Deus, possa ajudar outros a escutá-los também. Com efeito, a orientação que se recebe é sempre orientação, a decisão cabe a cada um. Pois nós somos livres para decidir se queremos ou não responder e que tipo de resposta dar àquilo que acreditamos ser “um chamado de Deus”, palpitante em nosso coração. Assim, fica o convite e a recomendação: não deixe de escutar a voz de Deus em seu coração; responda ao seu convite; arrisque-se. Decidir-se vocacionalmente é sempre arriscar-se nas prodigiosas, misteriosas, mas também incomparáveis e carinhosas mãos de Deus.
Fr. Antonio José Mouzinho de Sousa, SAC

quinta-feira, 17 de junho de 2010

São João da Cruz diz…

“O que Deus pretende é fazer-nos deuses por participação, sendo-o ele por natureza, como o fogo que converte tudo em fogo”

Responda com docilidade e coragem a iniciativa de Deus de te santificar, e viverás no plenitude do Amor da Santíssima Trindade.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Retiro do Mês de Junho


Caros leitores e amigos, nossa comunidade do Teologado Palotino está vivênciando hoje o retiro do mês de Junho, que tem como tema: Pentecostes: a experiência do amor de Deus. Está conduzindo a reflexão nosso ecônomo Pe. Luciano Macedo, que com iluminadas palavras nos introduziu neste maravilhoso tema da espiritualidade cristã. Nosso pregador começou com uma reflexão sobre o evangelho de Lc 14,28-33, que fala sobre a construção de uma torre, onde ninguém começa sem ter material para terminá-la. Fazendo um paralelo com a nossa realidade Pe. Luciano disse "nossa missão é muito mais nobre do que construir uma torre, pois devemos construir no decorrer de nossas vidas nosso castelo interior da SANTIDADE". Logo depois ele propõs uma aproximação de cada participante com uma figura bíblica, tais como: Discípulos de Emaús, Zaqueu, Mulher cananéia, Pedro, entre outros, e pediu para que fizemos a experiência bíblica com a qual os personagens estavam envolvidos. E por último nos fez refletir sobre o Espírito Santo e o Pentecostes, enquanto uma experiência viva e vivificante do amor de Deus. Peço orações de todos para que sempre mais nossa comunidade possa viver segundo o Espírito.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Nota de Esclarecimento sobre o Pe. Silvio Andrei

NOTA DE ESCLARECIMENTO


A Província São Paulo Apóstolo da Sociedade do Apostolado Católico – palotinos – esclarece que está acompanhando os fatos que originaram a prisão do Padre Silvio Andrei Rodrigues, em Ibiporã (PR).
O Padre Silvio foi libertado na tarde de 17 de maio de 2010, por decisão do Excelentíssimo Juiz de Direito da Vara Criminal de Ibiporã (PR), Dr. Sérgio Aziz Neme, em pedido formulado pelos advogados de defesa do Escritório de Advocacia Walter Bittar.
Os Palotinos esperam que os fatos sejam devidamente apurados dentro dos ditames legais da legislação brasileira e as responsabilidades legais devidamente delimitadas, pelo Ministério Público e Poder Judiciário do Estado do Paraná, que são os órgãos competentes para deliberar sobre os fatos.
As providências internas serão tomadas, como de costume, paralelamente ao cabal esclarecimento dos fatos, em especial com o encerramento da investigação pelas autoridades competentes, com as cautelas de estilo, a fim de evitar julgamentos e ilações precipitadas.


Pe. Julio Endi Akamine
Reitor Provincial

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Seminário Mãe do Divino Amor em Curitiba comemora seu Cinquentenário



A família palotina está em festa. Este ano fazemos memória dos 50 anos de presença do Seminário “Mater Divini Amoris” em Curitiba, que, neste longo período de existência nesta querida arquidiocese, sempre se preocupou em formar homens comprometidos com o anúncio da verdade evangélica, Jesus Cristo, em plena comunhão com a Igreja. O tema deste momento jubilar, reavivar a fé e reacender a caridade entre os cristãos e em todo o mundo, é bem sugestivo e está plenamente em conformidade com o desejo de nosso fundador, São Vicente Pallotti. Ora, fora justamente para cumprir tal objetivo que os palotinos quiseram fazer história no Paraná e, especialmente, na sua capital construindo nela uma de suas primeiras casas de formação para os jovens que desejassem tornar-se palotinos.
Por isso, faz-se mister recorrermos à história que nos dará algumas luzes acerca de como isso aconteceu, ou seja, como chegou a tão nobre acontecimento de importância ímpar tanto para a Igreja no Paraná quanto para o crescimento dos palotinos no Brasil. Pois bem, ainda em 1946, o superior dos Palotinos, Pe. Henrique Fechtig, fizera um requerimento à cúria Arquidiocesana de Curitiba, pedindo a autorização para que fosse fundada uma casa religiosa na cidade. Após ser dada uma resposta positiva a esse pedido, começou-se a procurar um terreno que fosse propício para construir uma casa que atendesse os objetivos primários – servir de noviciado e seminário maior. A tarefa de encontrá-lo ficou a cargo do Pe. Germano Mayer, na época vigário de uma das paróquias cuidadas pelos palotinos em Curitiba, a paróquia Cristo Rei (a outra é São José de Vilas Oficinas). E, dentre tantos, o terreno escolhido foi “um pequeno pinhal” situado no Alto Cajuru (atualmente uma região bem desenvolvida). Contudo, não foram de imediato iniciadas as construções; pareceu necessário que se deixasse o terreno descansar por mais alguns anos até que, em janeiro de 1958, o Conselho Provincial da Província São Paulo Apóstolo resolveu iniciar a construção da casa que seria imediatamente utilizada como noviciado (período introdutório à vida palotina) – até então feito em Londrina, norte do Paraná (onde atualmente funciona o Telogado “Vicente Pallotti”) – e também como Seminário Maior.
Feito isso, no dia 15 de novembro de 1959, foi benta e lançada a pedra fundamental, pelo próprio arcebispo de Curitiba à época, D. Manuel da Silveira D’Elboux. Nesta pedra fundamental, elemento que marcou oficialmente o início da construção de nosso Seminário, existe um documento que menciona muito claramente a finalidade da obra e, ao mesmo tempo, situa-o no seu específico contexto histórico. Gostaríamos, pois, de torná-lo público para percebermos a seriedade que gira em torno da construção de uma casa religiosa. Assim está escrito: “Em nome da Santíssima Trindade, em 15/11/1959, gloriosamente reinante no seu segundo ano o Papa João XXIII, Presidente da República do Brasil Juscelino Kubitschek, Arcebispo de Curitiba Dom Manuel da Silveira D’Elboux, Dom Jerônimo Mazzarotto, Bispo Auxiliar, Dr. Moisés Lupion, Governador do Estado do Paraná, General Iberê Matos, Prefeito de Curitiba. Os Padres palotinos começaram a construir este prédio para o noviciado e seminário maior da Província do Paraná e de São Paulo. Sendo Superior geral da SAC [Sociedade do Apostolado Católico – Congregação dos Palotinos] Pe. Guilherme Moehler, Provincial Pe. Damian Kirchgessner, Vice provincial Pe. Antônio Lock, Conselheiros Pe. Carlos Probst, Pe. Carlos Giebel, Pe. Aluysio Fávaro, Vigário do Cristo Rei Pe. Guilherme Hilpert, cooperadores Pe. Luiz Schweiger e Pe. Oscar Raeffle, autor do projeto Engenheiro Oto Hildebrand Doepfner, Mestre de Obras Teófilo Smolenski. O terreno de 15.828 m2 foi adquirido pelo primeiro vigário da paróquia Cristo Rei Pe. Germano Mayer. [...] foi oficiada por Sua Excelência Reverendíssima, Arcebispo de Curitiba Dom Manuel da Silveira D’Elboux no dia da festa de Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná e na época da preparação do sétimo Congresso Eucarístico Nacional do Brasil que se realizará em Curitiba no mês de maio de 1960” .
A abertura deste ano jubilar foi feita no Domingo – 15 de Novembro de 2009 – na Capela do Seminário em Curitiba que é também comunidade da paróquia São José, de Vilas Oficinas. Aquele foi um momento memorável para toda a nossa família palotina e, obviamente, também para a comunidade paroquial que cresceu próxima àquela casa religiosa. Neste ano serão feitos muitos eventos que nos farão conhecer um pouco mais a história dessa casa ao longo deste seu meio século de existência. O encerramento, com magnífica festa do Jubileu de Ouro de nossa casa em Curitiba, dar-se-á com a celebração eucarística no dia 15 de agosto de 2010. Esta data é importante para nós porque foi neste dia, no ano de 1960, que a primeira turma de noviços recebeu o hábito da nossa Congregação (antigamente chamado de “batina”) nesta mesma casa.
Por tudo isso, neste espírito de alegria, entusiasmo e confiança convidamos as pessoas de boa vontade a se unirem conosco neste período marcante para nossa história em Curitiba e no Paraná. Ora, comemorar um jubileu é oportunidade única na vida. Portanto, é um momento de celebração, mas também de revisão e, de um lançar-se para o futuro com novas idéias, projetos e perspectivas de fazer sempre mais e melhor, tendo em vista a construção do Reinado de Deus neste mundo.
Antes de terminar, é interessante ter claro que o seminário é um lugar de extrema importância para a Igreja. E não é à toa. É o lugar onde são formados aqueles que darão continuidade à missão do anúncio do Reino de Deus e se esforçam para que, de fato, ele aconteça entre nós. Para melhor compreensão, podemos utilizar a imagem da estufa, onde são colocadas as sementes e são dadas todas as possibilidades de elas se desenvolverem: são regadas dia-a-dia até que cresçam, floresçam e dêem muitos frutos. Assim é o “Seminário”. As vocações são cuidadas com bastante zelo, empenho e dedicação, a fim de que dêem muitos frutos para o reino de Deus. Certamente, nosso seminário de Curitiba já recebeu muitas sementes ao longo de seus 50 anos. Todas, de uma forma ou de outra, se desenvolveram, floresceram, e agora, como árvores frutíferas, nos fazem sentir a doçura de Deus que se faz presente entre nós, em nossa história, em nossa vida. Oxalá continue Deus suscitando no meio do seu povo jovens corajosos e ansiosos para servi-lo, servindo aos irmãos na vida consagrada e/ou presbiteral, como palotinos, desejando viver e tornar cada vez mais conhecido o ideal de São Vicente Pallotti: reavivar a fé e reacender a caridade onde se faz necessário.
Antonio José Mouzinho de Sousa, SAC

A vida consagrada como Sinal Escatológico do Reino (Reflexão 4)

A vida consagrada, no contexto da pós-modernidade, é chamada, antes de tudo, a ser sinal escatológico do Reino (VC 26-27).
A vida consagrada deve permanentemente apontar para os valores supremos do Reino que estão sempre além das meras realizações humanas. Deve trazer para a vida diária os valores do Reino como algo concreto e real .
A vida religiosa traz em si um caráter profético através dos conselhos evangélicos. Ela se torna sinal de esperança de um mundo novo, tanto para Igreja como para o mundo secularizado. Por sua natureza ela provoca nas pessoas uma reflexão sobre o porquê de nossa existência. O testemunho da vida consagrada nas suas diversas formas, tanto apostólica, como contemplativa e monástica é um testemunho eficaz de evangelização com a própria vida. Essa evangelização pela própria vida está intimamente relacionada com a vivência dos votos. No âmbito da modernidade eles são verdadeiros sinais proféticos que apontam para o verdadeiro amor, para a promoção da solidariedade e para o autêntico respeito da pessoa humana. É um sinal antecipado daquilo que acontecerá na parusia. Aquilo que esperamos pela fé já é possível ser vivenciado aqui na terra, ainda que de uma maneira limitada.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Desejo: um vizinho indesejável - Artigo do Fr. Antonio José Mouzinho de Sousa

Seguramente muita gente já teve um vizinho a respeito do qual desejava que não existisse ou se viesse a existir, certamente preferiria que tal existência se desse em algum lugar bem distante. E tal ordem de fatos se dá porque normalmente esses vizinhos apresentam como que um reflexo de nossas próprias fraquezas, até porque não nos irritamos com pessoas que são coniventes conosco. Ora, quando algo nos incomoda mais que depressa tentamos livrar-nos dele. E se não o conseguimos, nós ou o ignoramos ou agimos para ele de forma indiferente.

Certamente, parece ter sido tratado assim desde muito tempo algo que é inerente ao ser humano, o desejo. O homem é um ser que deseja. O desejo parece mesmo ser a essência do homem, como dissera Espinosa, importante filósofo cuja discussão filosófica em parte girou em torno dos afetos humanos. Temos também outros grandes pensadores, passando por Aristóteles, na antiguidade, Hobbes e Nietzsche, entre outros, que apresentam uma compreensão do desejo como sendo “um apetite”, isto é, uma potência positiva de vida, e por isso primordialmente humano.

Por outro lado, a psicanálise freudiana também tratando acerca do desejo o faz numa outra ótica. Para Freud, o desejo é concebido mais como um pesar, como algo voltado para o passado. Noutras palavras, o desejo aparece como “falta”, como carência, como ausência, sendo-lhe, pois necessária algo que o preencha. Vale mencionar aqui a etimologia deste termo. Desejo vem de de-siderium, isto é, afastamento de deus, queda do céu e dos astros (sidera), desastre. E o sentido mais direto do verbo latino desiderare é justamente deixar de contemplar os astros. Isto nos esclarece bem o desejo, em conformidade com isso, se relaciona mais com a deficiência do que a potência.

Com efeito, o homem além de racional é também afeto, emoção. A afetividade é, pois, uma importante característica humana. E o desejo se insere nesta categoria. Ele revela entre outras coisas o vazio que, paradoxalmente, acompanha o homem. Ora, desejo requer um imediato objeto que o satisfaça, embora ele nunca seja totalmente satisfeito. Quanto mais o homem se utiliza de coisas e/ou objetos que supostamente “tapam” seu vazio, tanto mais este aumenta, porque nada o satisfaz, de modo que a tal busca é indefinida. Delineia-se assim que muito mais que material, o problema é existencial.

A título de exemplo podemos considerar este fato: a realidade do homem como fortemente orientado por seu desejo é facilmente percebida na utilização que o mercado capitalista faz dela. A propaganda, grande aliada do capitalismo, atinge justamente aquilo que é mais latente no homem de nossos dias, sua propensão a consumir infinitamente [o melhor carro, a melhor casa, notebooks ou celulares, dentre tantos outros objetos, de última geração e da mais avançada tecnologia] para preencher um vazio interior, cujo reflexo é esse desejo insaciável que apesar de incomodar, o homem não consegue mais ter nenhuma influência.

Contudo, o desejo, elemento imaterial e existencial, não é solucionável – se considerarmos essa possibilidade – com matéria ou consumo, pois são categorias diferentes. Quantas vezes tantas pessoas ao se sentirem angustiadas ou sem algo que dê sentido às suas existências não começam a comprar ininterruptamente e sem necessidade, o que não precisam, ou até o que não podem pagar? E mesmo fazendo isto o que sente depois é que aquela vontade foi insatisfeita que reclama sempre mais. E como que zumbis passa-se a levar uma vida baseada no “consumo, logo existo”. Sem saber o “para quê”, consome-se irrefletidamente. O desejo está lá, mas não pensa-se sobre ele, só o satisfaz. É aquele vizinho incômodo ao qual não se suporta, porém não se pode eliminá-lo, então apenas olha-se para ele e vira-se imediatamente o rosto para não lembrar de sua presença.


Maiores aprofundamentos: cf. DUMOULIÉ, Camille. O desejo. Trad: Epraim Ferreira Alves. Petrópolis (RJ): Vozes, 2005.
Autor: Fr. Antonio José Mouzinho de Sousa, SAC - mouzinho2006@yahoo.com.br

terça-feira, 4 de maio de 2010

Retiro da Comunidade - Mês de Maio


Queridos (a) amigos (a), hoje (04/05/2010) estamos vivênciando o retiro do mês de maio (as comunidades palotinas formativas fazem um retiro por mês de um dia e um por ano de cinco dias), a pregadora é a Ir. Aida, religiosa palotina, reside em São Bernardo do Campo. Ela veio nos agraciar com o testemunho de um belíssimo testemunho de vida consagrada, vivida sob o olhar amoroso e cuidadoso de Maria. Neste mês, portanto, nosso tema de reflexão é a Espiritualidade Mariana. Pedimos as orações de todos e confirmamos nossas intercessões por todos os que acompanham o teologado palotino, você pode deixar seu nome ou intenção no comentário desta postagem ou no e-mail teologadopalotino@gmail.com e rezaremos por você! Um bom dia para todos!

"Deus em tudo e sempre"

sábado, 1 de maio de 2010

A missão da vida consagrada (Reflexão 3)

Após refletir sobre os vários aspectos da pós-modernidade e sua influência direta na vida das pessoas, é importante também, em breves palavras, analisar a respeito da missão que a vida religiosa tem no processo de humanização das pessoas, que por muitas influências acabou tendo um rosto deformado de imagem e semelhança de Deus.
A missão maior daqueles que seguem a Cristo é de resgatar o ser humano com toda a sua potencialidade, porém sem cair no mesmo jogo da pós-modernidade. O papel de todo religioso é de libertar a todos de qualquer tipo de deformação que impede a pessoa de ser ela mesma. A vida religiosa deve ter o papel de fecundar a história com algo que leve a plena realização da pessoa e que combata todo tipo de fragmentação que é algo característico da pós-modernidade.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ciclo de Reflexões sobre Vocação

Saudações caros (a) leitores (a), inicaremos um ciclo de reflexões em torno da temática da vocação. O primeiro tema a ser tratado é sobre a liberdade. Não serão interrompidos os artigos e notícias correntes. Todas as reflexões deste ciclo, terão uma marcação numerada. Esses temas foram desenvolvidos pelo Pe. Valdeci Antonio de Almeida no seu trabalho de Especialização em Couseling, chamado “Consagrados para o Reino, radicais para o mundo”.

Boa leitura!

A criação como ato livre de Deus que cria o homem livre - (Reflexão 2)

Na narrativa do Gênesis Deus fala diretamente ao homem: “Tu poderás comer de todas as árvores do jardim, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não deve comer, porque se dela comer, certamente morrerás” (Gen 2, 16-17). É a primeira vez que Deus fala com o homem nesta narração e as suas palavras exprimem uma afirmação positiva. O homem recebe como dom todas as árvores, inclusive a árvore da vida, que se encontra no meio do jardim (v. 9). A árvore da vida testemunha que Deus criou o homem fundamentalmente em vista da vida, a qual está à disposição do homem e lhe pertence como realidade dada por Deus. O fato de não permitir que o homem não coma da árvore, Deus quer revelar-lhe que ele é humano e que sua vida deve ser como humano, não pode pretender ser Deus. Toda vez que o homem tiver essa pretensão morrerá, cairá no vazio.

Na aceitação da sua verdade, renunciando ser o princípio e o fundamento de si mesmo, o homem acolhe a possibilidade e o convite de entrar em comunhão com Deus. Na acolhida da própria existência como graça, o homem encontra Deus e chega a realizar-se como ser humano. A limitação imposta por Deus no (v. 17) não é uma simples proibição, cuja transgressão incorreria na morte, mas representa a possibilidade de reconhecer e acolher com alegria a diversidade do outro e o próprio limite. Todas as vezes que o homem tiver a pretensão de acumular tudo para si, encontrará a morte. Com esse mandamento de Deus, o homem encontrará a sua verdadeira liberdade. As duas árvores representam dois aspectos de Deus e dois modos de aproximação da realidade. Se por um lado, a árvore da vida representa Deus como graça que assegura o futuro e a plenitude do homem, por outro, a árvore do conhecimento do bem e do mal simboliza a capacidade humana de escolher livremente e responsavelmente. Perante esta árvore, o homem ultrapassa o nível instintivo, que no texto é representado em relação com os frutos das outras árvores do jardim: “Agradáveis aos olhos e bons ao paladar” (Gen 2,9), os quais suscitavam o apetite, ou seja, um tipo de tendência instintiva em relação àquilo que satisfaz as necessidades e os desejos. Diante da árvore do conhecimento do bem e do mal, o homem deve agir de maneira distinta, buscando uma escolha livre e responsável.

O homem descobre que nem todas as árvores do jardim são iguais e que sua existência, necessariamente, não está fundada exclusivamente no comer. É justamente aí que nasce a liberdade e a responsabilidade dele diante de Deus e das coisas criadas. Perante a árvore do conhecimento do bem e do mal, o homem se coloca em um universo de gratuidade absoluta, fundado sobre o valor originário e determinante da existência, isto é, da comunhão transparente com Deus, antes de qualquer divisão entre bem e mal. Deste valor fundante e originário dependerão todos os outros

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A liberdade é uma VOCAÇÃO – Reflexão 1


A liberdade é o único absoluto que encontramos na vida. Não procede nem da natureza, nem da corrente de vida biológica, nem de outras pessoas. O seu valor incondicional é a presença de Deus em nós.
O que desperta o ser humano como pessoa, como liberdade, é o outro. Sobretudo o outro diferente, por exemplo, o pobre, o estrangeiro, o pecador, o escravo. O outro questiona, obriga a fazer alguma coisa. Pode-se sentir o outro como intruso, perigo, ameaça, não olhar, não se inteirar, rejeitar ou eliminar. A presença do outro é problema e desafio. É justamente o que vai desafiar a liberdade. Quem se fecha ao outro é por medo, egoísmo, isto é, medo de se incomodar.
A chegada do outro deve despertar o amor. O amor será a aceitação, abertura, e, portanto, leva a uma reconstrução da vida. Uma vez que se tem de abrir espaço para o outro, tudo muda. O outro incomoda, necessariamente. Se não incomoda é porque ainda não foi reconhecido e aceito tal como é. Isso é exatamente o que se teme: temor de que o amor perturbe a tranqüilidade, as previsões, os projetos. Por isso muitos ficam com medo e procuram fugir ou ignorar para não ter de amar. O amor obriga a inventar uma conduta nova. O que fazer com essa pessoa? Como combinar uma convivência entre ela e mim? Amar é deixar existir, deixar que o outro esteja ali do meu lado, e ter de compartilhar com ele nem que seja uma parte do tempo.
O passo fundamental da liberdade é a libertação de si próprio, do medo, da covardia, dos desejos. Entende-se que o agir libertador seja o serviço ao outro. O amor é serviço ao próximo.
A liberdade é a capacidade de fazer surgir vida. Por isso Deus é liberdade perfeita, porque produz vida perfeita: o Filho e o Espírito Santo são iguais a ele. A pessoa torna-se livre no serviço gratuito ao próximo.
Jesus ao assumir a nossa humanidade, quis, em primeiro lugar, salvar as ovelhas abandonadas. Em segundo lugar quis proporcionar aos seus discípulos a verdadeira liberdade de filhos de Deus. Na verdade, Jesus não veio ao mundo para libertar os homens, nem os discípulos, nem o povo de Israel, nem a humanidade. Ele veio proclamar, comunicar a vocação de todos para a liberdade, para que cada um dos chamados conquistasse sua libertação. Chamou a muitos para que seguissem o seu caminho e se tornassem livres como ele. Jesus ensinou que ninguém liberta ninguém. Cada um deve percorrer o caminho, converter-se, mudar de vida.
Na parábola do samaritano, o sacerdote e o levita eram escravos das leis do templo. O samaritano, por sua vez, mostrou que era livre: deixou tudo e cuidou do assaltado. Essa é a liberdade a que o discípulo de Jesus é vocacionado. “A verdade vos libertará” (Jo 8, 32).
Jesus não podia libertar porque a liberdade é uma vocação, por conseguinte uma conquista. É verdade também que é um dom de Deus. Não há contradição entre dom de Deus e liberdade. O dom está justamente na liberdade que é participação na liberdade de Deus.
A fé para São Paulo consiste em a pessoa se entregar à sua vocação para a liberdade. A fé é lançar-se para frente, é entrar no desabrochar da liberdade. A fé é risco porque ninguém tem a experiência daquilo que vem depois. A liberdade é risco total. A fé é jogar-se no risco. Pascal dizia que a fé era uma aposta. Aposta pelo caminho da vida, sem tê-la previamente experimentado. A fé não é um ato de um puro pulo no vazio porque a fé ilumina a inteligência. No ato da fé, tudo na vida recebe uma nova iluminação, novo sentido, novo valor. As leis, por sua vez, têm apenas uma função pedagógica, conduzem para a liberdade.
Não é livre aquele que diz que faz o que quer, mas, na realidade, não sabe resistir à pressão dos desejos, tornando-se escravo dos objetos que excitam os seus desejos.
A filiação é libertação: faz passar do estado de escravo para o estado de livre. “Onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade” (2Cor 3,17). “Não recebestes um espírito de escravos, mas de filhos adotivos” (Gal 4,6).

Pe. Valdeci Antonio de Almeida. Consagrados para o reino, radicais para o mundo. Trabalho de pós-graduação – Couseling.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Retiro do mês de Abril

Estamos vivenciando nosso retiro do mês de abril...
O tema é a Páscoa do Senhor e o pregador é o nosso Reitor, Pe. José Lino.
Contamos com a oração de todos.
(depois partilhamos um pouco sobre a experiência desse retiro)

terça-feira, 30 de março de 2010

Trabalhos Pastorais da Semana Santa

Partilhamos com todos os serviços pastorais desempenhados pelos membros do teologado nesta semana santa de 2010.
Pe. José Lino (Reitor) - Rancharia
Fr. Antonio José - Paróquia Santo Antonio - Comunidade São Vicente Pallotti - Cambé - PR
Ir. Antonio Santana - Paróquia Rainha dos Apóstolos - Londrina - PR
Fr. Bruno Cézar - Paróquia Santa Isabel - Lerrovile - PR
Fr. Cleiton Henrique - Paróquia São Vicente Pallotti - Arapongas - PR
Fr. João Francisco -Paróquia Nossa Senhora Aparecida - Mandaguari - PR
Fr. Odenilton Oliveira - Matriz Nossa Senhora Aparecida - Arapongas - PR
Fr. Reginaldo Rios - Paróquia São Vicente Pallotti - Arapongas - PR
Fr. Vanderson Alves - Paróquia Rainha dos Apóstolos - Londrina - PR

Desejamos a todos uma abençoada vivência da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus... Ápice da nossa Fé.

domingo, 28 de março de 2010

Nosso Compromisso comunitário

Formar uma comunidade fraterna de consagrados palotinos comprometidos com o ideal de São Vicente Pallotti na constituição de um teologado que viva, enquanto família religiosa, inspirada no Cenáculo, a oração, estudo e o trabalho apostólico.

sábado, 27 de março de 2010

Para começar...

Se for para viver a Teologia no seu dia-a-dia, no seu modo de pensar e ser, na tentativa de dizer do amor sob a iluminação dos textos sagrados, o aconselho a fazê-lo, não como uma descoberta da fonte das respostas do transcendente, mas como um luzeiro para a felicidade, que só pode ser o encontro e a realização do amor de Deus, em Deus, para Deus"
Extraído do texto "Carta a um jovem teólogo"