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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Formar para liberdade - Reflexão 7


A palavra pedagogo, na sua etimologia grega, significa “aquele que conduz a criança”. Diz a história, que nos tempos gregos, o escravo conduzia as crianças até o filósofo para receber uma formação adequada.
Formar uma pessoa para liberdade, certamente é procurar conduzi-la a um verdadeiro auto-conhecimento, para que assim possa tomar a decisão certa, diante de uma opção de vida. Cabe então ao formador proporcionar ao formando um ambiente que o leve ser ele mesmo, sem nenhum tipo de coação ou recriminação.
“Um formador autêntico conseguirá criar um clima de franqueza e de confiança recíproca na relação. O formando o perceberá como um homem leal e digno de confiança, e por isso se sentirá ele mesmo estimulado a liberar-se dos mecanismos de defesa, a tirar as máscaras convencionais, a aceitar e admitir francamente os próprios limites” .
A franqueza e a sinceridade do formador em relação ao formando ajuda-o a encarar-se com coragem e a tomar a direção da própria vida. Porém, se o formador se esconde atrás do seu cargo e mostra uma maneira de ser que não é a sua, perde imediatamente a confiança e a autoridade. “Somente um formador autêntico será capaz de instaurar uma relação livre e genuína consigo mesmo, com os outros e com Deus. Somente um formador autêntico estará em condições de acompanhar a conquista da liberdade e da coragem para tornarem-se elas mesmas e de nutrir plena confiança em Deus” .
“Tantas vezes o formador se ilude pensando que deve ser um modelo em todos os campos, mas de maneira errada. Ser autêntico da parte do formador é reconhecer-se também humano, pecador, em busca, com falhas, erros e acertos. Este comportamento da sua parte ajudará ao formando a entender que o limite faz parte da pessoa humana, e que a coisa mais importante é a abertura no sentido de buscar sempre” .
O formador autêntico nunca se contenta e se estaciona em suas próprias idéias e atitudes, mas procura sempre caminhar, entrar no seu mundo interior e conhecer-se sempre mais. Isto é muito importante para o formando, o qual encontrará nele um modelo para seguir e procurará também ele entender-se, conhecer-se e viver de acordo com o seu interior. Rogers depois de muito tempo de prática terapêutica chegou à seguinte conclusão: “Constato ser mais eficaz quando posso escutar-me com aceitação e posso ser eu mesmo” . Numa relação educativa, quanto mais o formador é ele mesmo, mais será possível a transformação de modo construtivo do formando .
A autenticidade do formador ajudará o formando a dar espaço à verdade. No momento em que o formando escolhe ser autêntico, superou o desejo de mentir, está em paz consigo mesmo, não sente mais a necessidade de inserir véus ou imagens entre a sua identidade e o seu revelar-se, entre como é e como quer mostrar que é; se apresenta, não se representa. Um formador autêntico estimula eficazmente o formado a tornar-se si mesmo .
É importante sublinhar também que o formador deve, antes de tudo, amar a sua identidade vocacional. Deve estar bem consigo mesmo, tendo uma relação positiva com o seu mundo interior. Um formador inconsistente, imaturo é um grande obstáculo ao desenvolvimento normal do formando. “Uma imaturidade afetiva muito grande do formador reflete negativamente nos formados” .

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