Este blog é um canal de comunicação e partilha entre católicos e não-católicos, com o intuito de criar um espaço de partilha e crescimento espiritual. Participem com sugestões, escritos teológicos, questionamentos e dúvidas sobre a doutrina ou catequese da Igreja, mandem testemunhos e comentários, teremos grande alegria em crescermos juntos na fé.







terça-feira, 18 de maio de 2010

Nota de Esclarecimento sobre o Pe. Silvio Andrei

NOTA DE ESCLARECIMENTO


A Província São Paulo Apóstolo da Sociedade do Apostolado Católico – palotinos – esclarece que está acompanhando os fatos que originaram a prisão do Padre Silvio Andrei Rodrigues, em Ibiporã (PR).
O Padre Silvio foi libertado na tarde de 17 de maio de 2010, por decisão do Excelentíssimo Juiz de Direito da Vara Criminal de Ibiporã (PR), Dr. Sérgio Aziz Neme, em pedido formulado pelos advogados de defesa do Escritório de Advocacia Walter Bittar.
Os Palotinos esperam que os fatos sejam devidamente apurados dentro dos ditames legais da legislação brasileira e as responsabilidades legais devidamente delimitadas, pelo Ministério Público e Poder Judiciário do Estado do Paraná, que são os órgãos competentes para deliberar sobre os fatos.
As providências internas serão tomadas, como de costume, paralelamente ao cabal esclarecimento dos fatos, em especial com o encerramento da investigação pelas autoridades competentes, com as cautelas de estilo, a fim de evitar julgamentos e ilações precipitadas.


Pe. Julio Endi Akamine
Reitor Provincial

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Seminário Mãe do Divino Amor em Curitiba comemora seu Cinquentenário



A família palotina está em festa. Este ano fazemos memória dos 50 anos de presença do Seminário “Mater Divini Amoris” em Curitiba, que, neste longo período de existência nesta querida arquidiocese, sempre se preocupou em formar homens comprometidos com o anúncio da verdade evangélica, Jesus Cristo, em plena comunhão com a Igreja. O tema deste momento jubilar, reavivar a fé e reacender a caridade entre os cristãos e em todo o mundo, é bem sugestivo e está plenamente em conformidade com o desejo de nosso fundador, São Vicente Pallotti. Ora, fora justamente para cumprir tal objetivo que os palotinos quiseram fazer história no Paraná e, especialmente, na sua capital construindo nela uma de suas primeiras casas de formação para os jovens que desejassem tornar-se palotinos.
Por isso, faz-se mister recorrermos à história que nos dará algumas luzes acerca de como isso aconteceu, ou seja, como chegou a tão nobre acontecimento de importância ímpar tanto para a Igreja no Paraná quanto para o crescimento dos palotinos no Brasil. Pois bem, ainda em 1946, o superior dos Palotinos, Pe. Henrique Fechtig, fizera um requerimento à cúria Arquidiocesana de Curitiba, pedindo a autorização para que fosse fundada uma casa religiosa na cidade. Após ser dada uma resposta positiva a esse pedido, começou-se a procurar um terreno que fosse propício para construir uma casa que atendesse os objetivos primários – servir de noviciado e seminário maior. A tarefa de encontrá-lo ficou a cargo do Pe. Germano Mayer, na época vigário de uma das paróquias cuidadas pelos palotinos em Curitiba, a paróquia Cristo Rei (a outra é São José de Vilas Oficinas). E, dentre tantos, o terreno escolhido foi “um pequeno pinhal” situado no Alto Cajuru (atualmente uma região bem desenvolvida). Contudo, não foram de imediato iniciadas as construções; pareceu necessário que se deixasse o terreno descansar por mais alguns anos até que, em janeiro de 1958, o Conselho Provincial da Província São Paulo Apóstolo resolveu iniciar a construção da casa que seria imediatamente utilizada como noviciado (período introdutório à vida palotina) – até então feito em Londrina, norte do Paraná (onde atualmente funciona o Telogado “Vicente Pallotti”) – e também como Seminário Maior.
Feito isso, no dia 15 de novembro de 1959, foi benta e lançada a pedra fundamental, pelo próprio arcebispo de Curitiba à época, D. Manuel da Silveira D’Elboux. Nesta pedra fundamental, elemento que marcou oficialmente o início da construção de nosso Seminário, existe um documento que menciona muito claramente a finalidade da obra e, ao mesmo tempo, situa-o no seu específico contexto histórico. Gostaríamos, pois, de torná-lo público para percebermos a seriedade que gira em torno da construção de uma casa religiosa. Assim está escrito: “Em nome da Santíssima Trindade, em 15/11/1959, gloriosamente reinante no seu segundo ano o Papa João XXIII, Presidente da República do Brasil Juscelino Kubitschek, Arcebispo de Curitiba Dom Manuel da Silveira D’Elboux, Dom Jerônimo Mazzarotto, Bispo Auxiliar, Dr. Moisés Lupion, Governador do Estado do Paraná, General Iberê Matos, Prefeito de Curitiba. Os Padres palotinos começaram a construir este prédio para o noviciado e seminário maior da Província do Paraná e de São Paulo. Sendo Superior geral da SAC [Sociedade do Apostolado Católico – Congregação dos Palotinos] Pe. Guilherme Moehler, Provincial Pe. Damian Kirchgessner, Vice provincial Pe. Antônio Lock, Conselheiros Pe. Carlos Probst, Pe. Carlos Giebel, Pe. Aluysio Fávaro, Vigário do Cristo Rei Pe. Guilherme Hilpert, cooperadores Pe. Luiz Schweiger e Pe. Oscar Raeffle, autor do projeto Engenheiro Oto Hildebrand Doepfner, Mestre de Obras Teófilo Smolenski. O terreno de 15.828 m2 foi adquirido pelo primeiro vigário da paróquia Cristo Rei Pe. Germano Mayer. [...] foi oficiada por Sua Excelência Reverendíssima, Arcebispo de Curitiba Dom Manuel da Silveira D’Elboux no dia da festa de Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Paraná e na época da preparação do sétimo Congresso Eucarístico Nacional do Brasil que se realizará em Curitiba no mês de maio de 1960” .
A abertura deste ano jubilar foi feita no Domingo – 15 de Novembro de 2009 – na Capela do Seminário em Curitiba que é também comunidade da paróquia São José, de Vilas Oficinas. Aquele foi um momento memorável para toda a nossa família palotina e, obviamente, também para a comunidade paroquial que cresceu próxima àquela casa religiosa. Neste ano serão feitos muitos eventos que nos farão conhecer um pouco mais a história dessa casa ao longo deste seu meio século de existência. O encerramento, com magnífica festa do Jubileu de Ouro de nossa casa em Curitiba, dar-se-á com a celebração eucarística no dia 15 de agosto de 2010. Esta data é importante para nós porque foi neste dia, no ano de 1960, que a primeira turma de noviços recebeu o hábito da nossa Congregação (antigamente chamado de “batina”) nesta mesma casa.
Por tudo isso, neste espírito de alegria, entusiasmo e confiança convidamos as pessoas de boa vontade a se unirem conosco neste período marcante para nossa história em Curitiba e no Paraná. Ora, comemorar um jubileu é oportunidade única na vida. Portanto, é um momento de celebração, mas também de revisão e, de um lançar-se para o futuro com novas idéias, projetos e perspectivas de fazer sempre mais e melhor, tendo em vista a construção do Reinado de Deus neste mundo.
Antes de terminar, é interessante ter claro que o seminário é um lugar de extrema importância para a Igreja. E não é à toa. É o lugar onde são formados aqueles que darão continuidade à missão do anúncio do Reino de Deus e se esforçam para que, de fato, ele aconteça entre nós. Para melhor compreensão, podemos utilizar a imagem da estufa, onde são colocadas as sementes e são dadas todas as possibilidades de elas se desenvolverem: são regadas dia-a-dia até que cresçam, floresçam e dêem muitos frutos. Assim é o “Seminário”. As vocações são cuidadas com bastante zelo, empenho e dedicação, a fim de que dêem muitos frutos para o reino de Deus. Certamente, nosso seminário de Curitiba já recebeu muitas sementes ao longo de seus 50 anos. Todas, de uma forma ou de outra, se desenvolveram, floresceram, e agora, como árvores frutíferas, nos fazem sentir a doçura de Deus que se faz presente entre nós, em nossa história, em nossa vida. Oxalá continue Deus suscitando no meio do seu povo jovens corajosos e ansiosos para servi-lo, servindo aos irmãos na vida consagrada e/ou presbiteral, como palotinos, desejando viver e tornar cada vez mais conhecido o ideal de São Vicente Pallotti: reavivar a fé e reacender a caridade onde se faz necessário.
Antonio José Mouzinho de Sousa, SAC

A vida consagrada como Sinal Escatológico do Reino (Reflexão 4)

A vida consagrada, no contexto da pós-modernidade, é chamada, antes de tudo, a ser sinal escatológico do Reino (VC 26-27).
A vida consagrada deve permanentemente apontar para os valores supremos do Reino que estão sempre além das meras realizações humanas. Deve trazer para a vida diária os valores do Reino como algo concreto e real .
A vida religiosa traz em si um caráter profético através dos conselhos evangélicos. Ela se torna sinal de esperança de um mundo novo, tanto para Igreja como para o mundo secularizado. Por sua natureza ela provoca nas pessoas uma reflexão sobre o porquê de nossa existência. O testemunho da vida consagrada nas suas diversas formas, tanto apostólica, como contemplativa e monástica é um testemunho eficaz de evangelização com a própria vida. Essa evangelização pela própria vida está intimamente relacionada com a vivência dos votos. No âmbito da modernidade eles são verdadeiros sinais proféticos que apontam para o verdadeiro amor, para a promoção da solidariedade e para o autêntico respeito da pessoa humana. É um sinal antecipado daquilo que acontecerá na parusia. Aquilo que esperamos pela fé já é possível ser vivenciado aqui na terra, ainda que de uma maneira limitada.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Desejo: um vizinho indesejável - Artigo do Fr. Antonio José Mouzinho de Sousa

Seguramente muita gente já teve um vizinho a respeito do qual desejava que não existisse ou se viesse a existir, certamente preferiria que tal existência se desse em algum lugar bem distante. E tal ordem de fatos se dá porque normalmente esses vizinhos apresentam como que um reflexo de nossas próprias fraquezas, até porque não nos irritamos com pessoas que são coniventes conosco. Ora, quando algo nos incomoda mais que depressa tentamos livrar-nos dele. E se não o conseguimos, nós ou o ignoramos ou agimos para ele de forma indiferente.

Certamente, parece ter sido tratado assim desde muito tempo algo que é inerente ao ser humano, o desejo. O homem é um ser que deseja. O desejo parece mesmo ser a essência do homem, como dissera Espinosa, importante filósofo cuja discussão filosófica em parte girou em torno dos afetos humanos. Temos também outros grandes pensadores, passando por Aristóteles, na antiguidade, Hobbes e Nietzsche, entre outros, que apresentam uma compreensão do desejo como sendo “um apetite”, isto é, uma potência positiva de vida, e por isso primordialmente humano.

Por outro lado, a psicanálise freudiana também tratando acerca do desejo o faz numa outra ótica. Para Freud, o desejo é concebido mais como um pesar, como algo voltado para o passado. Noutras palavras, o desejo aparece como “falta”, como carência, como ausência, sendo-lhe, pois necessária algo que o preencha. Vale mencionar aqui a etimologia deste termo. Desejo vem de de-siderium, isto é, afastamento de deus, queda do céu e dos astros (sidera), desastre. E o sentido mais direto do verbo latino desiderare é justamente deixar de contemplar os astros. Isto nos esclarece bem o desejo, em conformidade com isso, se relaciona mais com a deficiência do que a potência.

Com efeito, o homem além de racional é também afeto, emoção. A afetividade é, pois, uma importante característica humana. E o desejo se insere nesta categoria. Ele revela entre outras coisas o vazio que, paradoxalmente, acompanha o homem. Ora, desejo requer um imediato objeto que o satisfaça, embora ele nunca seja totalmente satisfeito. Quanto mais o homem se utiliza de coisas e/ou objetos que supostamente “tapam” seu vazio, tanto mais este aumenta, porque nada o satisfaz, de modo que a tal busca é indefinida. Delineia-se assim que muito mais que material, o problema é existencial.

A título de exemplo podemos considerar este fato: a realidade do homem como fortemente orientado por seu desejo é facilmente percebida na utilização que o mercado capitalista faz dela. A propaganda, grande aliada do capitalismo, atinge justamente aquilo que é mais latente no homem de nossos dias, sua propensão a consumir infinitamente [o melhor carro, a melhor casa, notebooks ou celulares, dentre tantos outros objetos, de última geração e da mais avançada tecnologia] para preencher um vazio interior, cujo reflexo é esse desejo insaciável que apesar de incomodar, o homem não consegue mais ter nenhuma influência.

Contudo, o desejo, elemento imaterial e existencial, não é solucionável – se considerarmos essa possibilidade – com matéria ou consumo, pois são categorias diferentes. Quantas vezes tantas pessoas ao se sentirem angustiadas ou sem algo que dê sentido às suas existências não começam a comprar ininterruptamente e sem necessidade, o que não precisam, ou até o que não podem pagar? E mesmo fazendo isto o que sente depois é que aquela vontade foi insatisfeita que reclama sempre mais. E como que zumbis passa-se a levar uma vida baseada no “consumo, logo existo”. Sem saber o “para quê”, consome-se irrefletidamente. O desejo está lá, mas não pensa-se sobre ele, só o satisfaz. É aquele vizinho incômodo ao qual não se suporta, porém não se pode eliminá-lo, então apenas olha-se para ele e vira-se imediatamente o rosto para não lembrar de sua presença.


Maiores aprofundamentos: cf. DUMOULIÉ, Camille. O desejo. Trad: Epraim Ferreira Alves. Petrópolis (RJ): Vozes, 2005.
Autor: Fr. Antonio José Mouzinho de Sousa, SAC - mouzinho2006@yahoo.com.br

terça-feira, 4 de maio de 2010

Retiro da Comunidade - Mês de Maio


Queridos (a) amigos (a), hoje (04/05/2010) estamos vivênciando o retiro do mês de maio (as comunidades palotinas formativas fazem um retiro por mês de um dia e um por ano de cinco dias), a pregadora é a Ir. Aida, religiosa palotina, reside em São Bernardo do Campo. Ela veio nos agraciar com o testemunho de um belíssimo testemunho de vida consagrada, vivida sob o olhar amoroso e cuidadoso de Maria. Neste mês, portanto, nosso tema de reflexão é a Espiritualidade Mariana. Pedimos as orações de todos e confirmamos nossas intercessões por todos os que acompanham o teologado palotino, você pode deixar seu nome ou intenção no comentário desta postagem ou no e-mail teologadopalotino@gmail.com e rezaremos por você! Um bom dia para todos!

"Deus em tudo e sempre"

sábado, 1 de maio de 2010

A missão da vida consagrada (Reflexão 3)

Após refletir sobre os vários aspectos da pós-modernidade e sua influência direta na vida das pessoas, é importante também, em breves palavras, analisar a respeito da missão que a vida religiosa tem no processo de humanização das pessoas, que por muitas influências acabou tendo um rosto deformado de imagem e semelhança de Deus.
A missão maior daqueles que seguem a Cristo é de resgatar o ser humano com toda a sua potencialidade, porém sem cair no mesmo jogo da pós-modernidade. O papel de todo religioso é de libertar a todos de qualquer tipo de deformação que impede a pessoa de ser ela mesma. A vida religiosa deve ter o papel de fecundar a história com algo que leve a plena realização da pessoa e que combata todo tipo de fragmentação que é algo característico da pós-modernidade.